Filomena Borecká

(1977)

Filomena Borecká (1977) vive, trabalha e faz exposições no país e no estrangeiro, nomeadamente em França, tendo também apresentado criações importantes em Praga e em Nova Iorque. Cada lugar visitado imprime, através das suas vibrações próprias, vestígios e marcas na sua obra. Filomena desenvolve três linhas paralelas de trabalho que se complementam mutuamente: desenho, instalações de som e performance, que surgem como uma espécie de registos sismográficos que refletem os seus processos mentais internos. Ao mesmo tempo, a artista escuta as pessoas e dialoga constantemente com tudo aquilo que a rodeia. A sua obra carrega dentro de si impressões de lugares (desenhos Nova Iorque, 2003; Transmigração Paris-Praga, 2003-04; Transmigração Nova Iorque, 2003), da natureza (projeto Méristèmes, 2007) e de pessoas que foi encontrando no seu percurso. Estas, participam de várias formas nas obras da artista, por exemplo através de gravações de sono que a Filomena usou para a sua instalação espacial de som “Gárgulas”. Ultimamente a artista tem vindo a realizar um projeto multimédia chamado “Phrenos” em colaboração com o grupo sociológico Eranos, em Paris. Filomena recolhe “fôlegos” de indivíduos abordados em Praga, Paris e em outras partes do mundo. Esta atitude levanta a questão de saber onde acaba o ar de um e onde começa o ar do outro. O fôlego é encarado como o que nos conecta e interliga a todos; é o elemento de que não podemos escapar nem no espaço nem no tempo; quer queiramos quer não, todos temos de partilhar o ar, por mais diversos que possam ser os nossos relacionamentos. As relações são precisamente o elemento que Filomena Borecká tem vindo a trabalhar nos seus desenhos mais recentes com títulos evocativos como “Atração”, “Ligação”, “Vistas”, “Difusão”, “Escape Interno”... A artista captou encontros interpessoais e formas de comunicação, primeiro com lápis preto em papel, depois usando lápis de cor em papel, lápis de carvão, tinta-da-china, lápis de cor em tela e até diretamente nas paredes de salas de exposições de galerias. Esses desenhos representam uma lógica continuação da sua obra em que, cada desenho, cada objeto, cada quadro existe por si como artefato independente, mas, ao mesmo tempo, faz parte dum grande todo, mantendo uma unidade excecional. É que Filomena Borecká não procura, para as suas novas obras, originalidade a todo custo ou um conceito inteiramente novo; pelo contrário, mantém uma integridade que é rara hoje em dia, principalmente devido ao facto de buscar inspiração e necessidade de criar dentro de si própria. Anna Pravdová / Galerie A2./ 51 - 52 / 2007

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